O belo discurso do presidente uruguaio, José Pepe Mujica durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20).
Em uma sociedade de consumo, as pessoas precisam consumir cada vez mais. A indústria que financia os governos precisa ver dinheiro entrando em caixa cada vez mais e por isso cada vez mais precisa que o governo incentive o consumo (linhas de crédito).
Quando a pessoa percebe, ela vive para trabalhar, para consumir mais e consequentemente trabalhar mais, nesse meio tempo a vida passou diante dos olhos. Saúde e familia não importam, o que importa para a indústria é que a pessoa continue consumindo.
Quando libertaram os escravos, não foi apenas porque essa era a coisa certa a ser feita, mas sim para injetar mais consumidores no mercado. Se você prende uma pessoa com correntes, ela vai tentar fugir, mas se você prende elas pelo consumo, você as prende pela necessidade de comprar bens mais caros. Quando você prende a pessoa pelo bolso, ela volta no dia seguinte e trabalha mais. É um sistema de escravidão evoluído e mais lucrativo.
A indústria trata o povo como uma espécie de vaca leiteira, que só serve para ser consumido enquanto tem leite. Depois, pode ser tratado como um pedaço de carne e descartado.
Como peça em uma máquina que visa o consumo, ou como uma vaca em uma fazenda, seria certo a população escolher uma fazenda melhor, onde se trabalhe menos, se pague menos impostos e que se tenha uma qualidade de vida melhor, porém o vínculo familiar e com a terra faz com que poucos decidam ir em frente e mudar de fazenda, mas para "ajudar", o governo criar milhares de burocracias para dificultar esse tipo de mudança.
Enquanto isso, cabe a nós decidirmos se vale a pena a quantidade de horas trabalhadas, para comprarmos algo que não precisamos, com um dinheiro que não temos apenas para impressionar quem não conhecemos.
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