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Sunday, March 17, 2013

Carta Anual da Bill & Melinda Gates Foundation

 A carta anual da Bill & Melinda Gates Foundation, teve um foco diferente esse ano, o foco foi sobre como medir a efetividade real das iniciativas como forma de ter a "acabativa". Hoje temos muitas ONGs e Institutos que querem fazer algo de bom pela população, porém são poucas as que realmente conseguem ter um impacto positivo. A Bill & Melinda Gates Foundation  que esse ano completa 13 anos de existência, tem sido responsável por gerenciar bilhões (sim, até o momento US$ 36 bilhões) em doações de toda a parte do mundo visando erradicar algumas doenças que tem impedido países mais pobres de se desenvolverem. Até o momento, eles tem focado em algumas doenças específicas, como Polio, AIDS, Tuberculose e Malária.

Para se ter uma ideia dos avanços e dos resultados da Bill & Melinda Gates Foundation  o Pólio já é considerada a segunda doença no mundo a ser erradicada (a primeira foi a varíola). Em alguns dos países mais pobres do continente africano, existem algumas cidades que não registram nenhum caso de Polio há mais de 1 ano, o que mostra o quão eficiente essa iniciativa tem sido. O raciocínio é bem simples. Uma vez erradicada, você não precisa mais gastar dinheiro com uma determinada doença. E se um país não precisa mais gastar com o tratamento de uma determinada doença, ele terá esse valor disponível para investir em outras áreas de desenvolvimento.

O papel do Bill Gates nessa fundação tem sido a aplicação de tecnologias e das boas práticas de administração em prol da busca pela cura dessas doenças. Geralmente os melhores administradores estão trabalhando em grandes empresas e por isso, nem sempre temos os melhores profissionais disponiveis e atuando em cargos de liderança de ONGs e outras iniciativas desse tipo. No caso do Bill Gates, a ideia é usar seus conhecimentos de administração e tecnologia da Microsoft para aplicar essas doações da melhor forma possível e ainda usar sua reputação e os resultados atingidos até agora para atrair mais pessoal qualificado e mais doações.



Esse vídeo reforça o quanto é importante medirmos a efetividade de toda e qualquer iniciativa. Nesse ponto a tecnologia pode ajudar muito, com ela, nós conseguimos medir a efetividade das iniciativas, ver o que está acontecendo de errado e trabalhar em medidas corretivas durante o percurso, ao invés de perdermos tempo com atividades repetitivas e braçais.

Sei que a iniciativa deles visa a erradicação de doenças, porém, quando traçamos um paralelo ao nosso trabalho no dia-a-dia, vejo o quanto tempo a gente perde em processos que podem ser melhorados, iniciativas que estão sem sair do lugar, problemas por falta ou falha de comunicação e tudo mais. A exemplo do que o vídeo diz, temos que parar e avaliar tudo o que fazemos, onde estamos errando, o que pode ser melhorado e tomar ações efetivas para corrigi-las.

Acho muito importante esse tipo de atitude. Não tem nada a ver com achar culpados e caçar bruxas. Atitude positiva é identificar algo errado e corrigir, sem perder tempo procurando culpados ou querer punir alguém. Hoje em dia essa cultura de achar culpado pra tudo é o que nos impede de andar pra frente. As pessoas se preocupam mais em achar um culpado ou se defender do que realmente em corrigir um problema.

Seja em familia, seja no trabalho, seja em uma reunião de condomínio, o que não falta são exemplos de pessoas que perdem mais tempo se defendendo do que reconhecendo a culpa para depois focar em uma forma de corrigir o problema em definitivo.

Acho que isso, é em boa parte, responsável pelas iniciativas sem fim. Todos querem contribuir um pouco, mas ninguém quer se comprometer ao ponto de se arriscar, com isso a velocidade cai, e nada anda. Depois o time desanima e a iniciativa morre sem dar resultados.

O sucesso possui muitos pais, porém a falha é orfã. As pessoas não se comprometem por terem medo de serem culpadas por suas falhas, por isso o papel do líder é importante para criar um ambiente onde as pessoas sejam encorajadas a falhar, desde que aprendam e não repitam os mesmos erros, fazendo do erro uma oportunidade de crescimento e evolução.

Por isso sempre digo que só erra quem faz. Se a pessoa não quer errar, ela simplesmente não vai sair da zona de conforto. Se a liderança pune quem erra, o que ela faz é enviar uma mensagem para que as pessoas não se arrisquem. Sem risco não existem oportunidades de crescimento. Se a liderança quer que as iniciativas andem, ela tem que entender que as pessoas precisam sair da zona de conforto e se arriscar mais.

Entender, perdoar e aprender com os erros é parte essencial desse comportamento. A partir do momento que isso acontecer, as pessoas vão entender que vale a pena correr certos riscos e talvez só assim as coisas realmente consigam andar.

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