Como os jornais podem sobreviver à era da Internet? De um lado, os jornais estão colocando seu conteúdo gratuitamente na Internet, porém o mais rentável que são os classificados, estão nas mãos de sites como WebMotors, Mercado Livre e outros. Para ajudar um pouco, existe o fator BLOG, pois pessoas estão tendo o seu entendimento do mundo através de jovens que postam as noticias sem filtro ou censura de suas próprias casas. Ao que tudo parece, muita gente prefere esse tipo de fonte a jornalistas regulares com suas normas e padrões.
10 anos atrás existia um problema dos Sites que era fazer com que as pessoas gastassem mais tempo na frente do computador. Este problema está resolvido, porém, está difícil fazer uma pessoa com menos de 50 anos pegar um jornal para ler. Quem precisa de jornal? Você pode sentar na frente do seu computador e ter todos os jornais do mundo na sua tela. Se você quiser, você ainda pode optar por um site mais ou menos político que outro. O irônico disso tudo é que esses Blogs retiram gratuitamente essas notícias de sites de.... adivinhem... isso mesmo, jornais. Além da ironia, tem também o fato dos jornais não receberem nada por isso.
Alguns exemplos dos problemas enfrentados quando os jornais entram na web tem muito a ver com a regionalidade. Como um jornal tipicamente de Santos, como o jornal “A Tribuna” vai competir com um “Estado de São Paulo” e toda sua abrangência e como ambos irão competir com agências globais de informação?
Alguns acreditam que a solução está em restaurar a propriedade original dos jornais. Diversos jornais nasceram livres, mas hoje todos estão acorrentados em grandes grupos de mídia. Talvez uma forma de competir com os Blogs e sites independentes, seja fazer com que os jornais possam ficar livres dessas amarras, tornando-se uma fonte mais confiável de notícias. Existe uma diferença enorme entre uma pessoa que fica rica por ter um Jornal e uma pessoal que fica rica e compra um Jornal.
Geralmente, uma pessoa que é rica e compra algo não costuma fazer isso para deixar que outros brinquem em seu lugar. Aí é que começa o problema das correntes e amarras.
Estaríamos nós destinados a ter nossas notícias vindo de um garoto de 12 anos postando em um Blog gratuito de dentro de casa? Não necessariamente. O fato é que pessoas não irão pagar por notícias na Internet. Pessoas não irão querer pagar também pelo seu jornal, hoje eles pagam pelo papel, que geralmente custa para a empresa mais do que o produto acabado. Então, em teoria, dar o jornal de graça sem o papel, parece ser uma boa idéia, mas só se eles conseguirem reter o que é pago pelas propagandas e classificados.
Algumas pessoas já devem ter alugado apartamentos ou mesmo comprado um carro pela Internet. Essas pessoas sabem que o jornal de papel não tem futuro, mas apenas jornais que colocam anúncio até em rodapé terão uma sobrevida com relação aos classificados on-line. Tecnologia pode ser comprada, mas o valor de um bom jornal e de um jornalismo isento e competente não. Talvez os jornais tenham perdido o bonde da Internet, talvez tenham perdido também o bonde de poder oferecer serviços como Mercado Livre e Webmotors. Se realmente perderam o bonde, foi por culpa deles mesmo e de mais ninguém.
Atualmente podemos dizer que eles estão perdendo o bonde dos Blogs, é como se fosse o último trem saindo e eles decidissem esperar outra oportunidade, achando que virá algo melhor e mais oportuno, tudo em função de suas regras ultrapassadas. Dá pra perceber o quanto eles irão se arrepender no futuro.
E depois? Talvez um bom modelo seja o Britânico, pois os britânicos nunca compram um jornal sem saber separar reportagem de opinião, os jornais britânicos assumem que seus leitores são inteligentes o suficiente, e se pagam para aprender sobre um determinado assunto, eles irão naturalmente desenvolver seus próprios ponto de vista sobre isso, por isso eles deixam claros seus pontos de vista por considerarem isso mais justo com os leitores, fazendo com que eles percebam uma sintonia de idéias melhor com este ou aquele jornal. Jornais que tentam ser objetivos, costumam ter a imagem de “em cima do muro”.
Jornais no papel estão com seus dias contados, Jornais como empresa, talvez, vai depender muito deles mesmo. Alguns estão encontrando suas respostas sozinhos na Internet, outros não. Esses últimos irão bater cabeça até não existirem mais. Irão demitir pessoas e mais pessoas até fecharem suas portas, pois para eles, a única forma de sobreviver será consumir seus próprios recursos até não existir mais nada.
Baseado em matéria divulgada na Times Magazine.
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